DIVÓRCIO E NOVO CASAMENTO – Luciano Subirá

24/08/2022

Um dos maiores questionamentos entre os cristãos deste século está relacionado ao divórcio e ao novo casamento. Não há maneira de se posicionar sobre o assunto a não ser pela luz da Palavra de Deus. A pergunta deve ser: O que a Bíblia diz sobre o assunto?

É importante ressaltar que o que acontece antes e depois da conversão tem um peso diferente. O livro de Lucas aborda as diferenças de conhecimento:

“ — Aquele servo que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade, será punido com muitos açoites. Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez coisas dignas de reprovação levará poucos açoites. Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão.” Lucas 12.47-48

Sendo assim, a primeira abordagem será relacionada aos tempos de ignorância.

OS TEMPOS DA IGNORÂNCIA

Em Atos 17.30 o apóstolo Paulo faz uma declaração que auxilia no entendimento sobre aqueles que passaram pelo divórcio e novo casamento antes da conversão:

“Deus não levou em conta os tempos da ignorância, mas agora ele ordena a todas as pessoas, em todos os lugares, que se arrependam.” Atos 17.30

Isso não significa que o que foi feito anteriormente ao conhecer a Cristo, não seja pecado, mas que com o arrependimento, é recebido o perdão pelos erros no tempo da ignorância.

Ao encontrar com Jesus, não importa o passado, Ele é capaz de tornar o pecador em nova criatura: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” 2 Coríntios 5.17. Não há mais culpa, nem condenação. O sangue de Jesus purifica de todo pecado.

Desta forma, aquele que se converte ao Senhor, já no segundo ou terceiro casamento, não deve desfazer sua família, mas, sim, arrepender-se e permanecer, sabendo que Deus não leva em conta os tempos da ignorância.

O Altíssimo tem para todos um recomeço de perdão e restauração, aponta um caminho a ser trilhado após a conversão em Jesus.

Agora, para aqueles que já são cristãos, Deus revela em sua Palavra sua vontade em relação ao casamento e apresenta princípios inegociáveis.

A REVELAÇÃO DO CASAMENTO PARA O NOSSO TEMPO

A Bíblia apresenta diferentes períodos referentes ao casamento, mas também a revelação de Deus para cada um deles. Os princípios da Lei mosaica são diferentes dos da Nova Aliança. A poligamia por exemplo não é mais tolerada, a monogamia é o padrão (1 Timóteo 3.2), isso acontece porque o sacerdócio foi mudado: “Pois, quando se muda o sacerdócio, necessariamente muda também a Lei.” Hebreus 7.12

Jesus, em Mateus 19.3-10 responde o questionamento de fariseus que perguntavam sobre o divórcio, se poderiam fazê-lo por qualquer motivo, a resposta foi clara:

“Jesus respondeu: — Foi por causa da dureza do coração de vocês que Moisés permitiu que vocês repudiassem a mulher, mas não foi assim desde o princípio. Eu, porém, lhes digo: quem repudiar a sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério.” Mateus 19.8-9

Em sua resposta, o Salvador aborda três momentos diferentes, o primeiro é: “não foi assim desde o princípio”, trata dos dias de Adão, o começo da trajetória humana. O segundo período em que era permitido o divórcio é: “por causa da dureza do coração de vocês que Moisés permitiu que vocês repudiassem a mulher”. O tempo da Lei que Moisés recebeu. Ao afirmar: “Eu, porém, lhes digo”, Jesus marca um terceiro período, a Nova Aliança.

Luciano Subirá no livro “O Propósito da Família” analisa os três períodos destacados pelo Senhor:

Primeiro Período: De Adão a Moisés (Romanos 5.14). Jesus disse: “não foi assim desde o princípio”. Não há menção bíblica de Deus tratar o divórcio nessa fase da história da humanidade.

Segundo Período: De Moisés a Jesus (João 1.7). Na Lei mosaica, o divórcio foi permitido em caráter de exceção, por um único motivo: a dureza do coração dos homens.

Terceiro Período: De Jesus até sua vinda, quando se dará a consumação da redenção. Há o retorno ao padrão anterior à Lei mosaica.

A permissão para o divórcio por causa da dureza do coração dos homens, veio porque as pessoas não nasciam de novo (João 3.3), não participavam da natureza de Deus (2 Pedro 1.4), e o Espírito Santo não habitava nelas.

Hoje, a partir de uma rendição, o Espírito Santo opera em trazendo amor, perdão, compreensão, paciência e tudo que é necessário para que o casamento seja bem sucedido. O sucesso do matrimônio depende de uma vida de entrega total à vontade de Deus.

O DIVÓRCIO

Em Malaquias 2.16, a palavra afirma:

“Porque o Senhor, o Deus de Israel, diz que odeia o divórcio.”

A vontade do Senhor nunca foi a separação de um casal, Jesus deixa claro que o divórcio era para aqueles cujo coração estivesse endurecido. Não significa que nunca possa acontecer, como em casos de violência doméstica por exemplo, o qual é aconselhável a separação. 

O cristão deve se posicionar contra o divórcio, caso seja inevitável, a menos que envolva relações sexuais ilícitas, não lhe dá o direito de um novo casamento.

“Aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido. Mas, se ela se separar, que não se case de novo ou que se reconcilie com o seu marido. E que o marido não se divorcie da sua esposa.” 1 Coríntios 7.10-11

Um novo casamento que não seja com o cônjuge original, se configura em adultério. Está fora do padrão da Palavra de Deus.

O NOVO CASAMENTO

A bíblia relata duas ocasiões específicas para um novo casamento, são elas: morte de um cônjuge ou relações sexuais ilícitas.

Romanos 7.2-3 diz:

“Por exemplo, a mulher casada está ligada pela lei a seu marido, enquanto ele vive; mas, se o marido morrer, ela ficará livre da lei conjugal. De modo que será considerada adúltera se, enquanto o marido estiver vivo, ela se unir com outro homem. Mas, se o marido morrer, ela estará livre da lei e não será adúltera se casar com outro homem.”

O texto é claro ao mostrar que após o falecimento do marido ou esposa, é possível haver um novo casamento sem que esse seja considerado adultério. Além desse caso temos o de Mateus 19.9, uma exceção apresentada por Jesus: “Eu, porém, lhes digo: quem repudiar a sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério.”

Jesus chama todo divórcio seguido de novo casamento de adultério, com exceção de uma separação causada por relações sexuais ilícitas.

O termo relações sexuais ilícitas vem da palavra grega “porneia”, que significa “imoralidade”, “adultério”, “prostituição”, fornicação” e todo tipo de relação sexual condenada biblicamente.

O plano de Deus é uma aliança matrimonial por toda a vida. Assim como a aliança do casamento é consumada a partir da relação sexual, ela pode, igualmente, ser destruída por meio do adultério.

Quando a exclusividade sexual é quebrada, a aliança do casal também é.

É possível que haja restauração de um casamento mesmo após o adultério, o perdão e a restauração divina podem reverter a quebra de aliança. Para saber mais acesse os estudos: Compreendendo o perdão e Milagre no casamento.

A ALIANÇA É UM COMPROMISSO UNILATERAL?

A aliança matrimonial é bilateral, assim como a aliança com Deus, pode ser renovada mesmo depois de ter sido quebrada. Desistir do casamento, como mencionado acima, não deve ser a primeira opção, mesmo quando há infidelidade, Deus tem um propósito e planos para o matrimônio, deve haver misericórdia, perdão e luta por restauração.

Deus é capaz de restaurar a aliança sem que o divórcio e novo casamento seja necessário.

A QUESTÃO DO ABANDONO

Muitos defendem um novo casamento em questões como abandono, mas essa perspectiva fere a única exceção que Jesus deixou em relação ao divórcio seguido de novo casamento.

A única razão, além da morte, para a quebra da aliança matrimonial, é o adultério.

Não existem garantias de que um cônjuge infiel buscará por restauração em seu casamento, é possível que persista no erro e abandone sua família. Assim como aquele que abandona sua casa dificilmente a deixará para viver sozinho, caso aconteça o adultério é uma quebra de aliança matrimonial. Nessas circunstâncias, a vítima tem o direito de reconstruir sua vida.

Deus é capaz de restaurar o que parece impossível, creia em milagres e lute pelo casamento. Que não haja injustiça com aqueles que sofrem pelo luto, com a dor da infidelidade, e a desastrosa perda do matrimônio.

Que honrar a aliança matrimonial seja a sua escolha e que a Palavra do Senhor te dê visão e convicção.

SAIBA MAIS SOBRE O PROPÓSITO DA FAMÍLIA – A IMPORTÂNCIA DA VISÃO FAMILIAR NA RELAÇÃO COM DEUS

Texto baseado no livro O Propósito da Família- A importância da visão familiar na relação com Deus, e no curso online: O PROPÓSITO DA FAMÍLIA -ministrado pelo pastor Luciano Subirá na escola.orvalho.com

 

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