MANTENDO A PAZ INTERIOR – Luciano Subirá

05/07/2017

“Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti. Confiai no SENHOR perpetuamente; porque o SENHOR Deus é uma rocha eterna”. (Isaías 26.3,4)

Esta é uma promessa fantástica da Palavra de Deus! Ser conservado em paz significa não se desgastar interiormente diante dos problemas. Justamente nos dias em que tanto se fala sobre angustia, estresse, depressão e síndrome do pânico, encontrar um meio divino de se conservar em paz é algo por demais valioso.

Deus é um lugar de abrigo e refúgio para seus filhos. O texto sagrado o chama de uma “Rocha Eterna“. Precisamos aprender a desfrutar de sua paz, mesmo em meio à tempestade. Note ainda que o versículo fala acerca de confiança e de uma mente firme, o que indica convicção. Esta promessa não significa deixar de ter problemas, e sim ter paz independentemente das circunstâncias à nossa volta.

Pior do que as circunstâncias difíceis do lado de fora é ter um coração perturbado do lado de dentro. Mesmo antes das circunstâncias se resolverem externamente, precisamos de nosso interior em paz. Do contrário, sequer conseguiremos lutar da forma devida:

“Se te mostrares frouxo no dia da angústia, a tua força será pequena.” (Provérbios 24.10)

Quando você se encontra em meio a lutas e adversidades, seu verdadeiro problema não é o que acontece à sua volta, e sim a maneira como você é afetado no íntimo. A instrução bíblica nunca está voltada ao aspecto exterior, e sim em como reagir interiormente. Observe o que Jesus ensinou acerca disto:

“Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (João 16.33)

Ao falar sobre as aflições que enfrentaríamos, Jesus deixou claro qual era sua vontade: que tivéssemos paz nele e bom ânimo.
Enquanto muitos crentes se desesperam para resolver seus problemas, perdem de vista que a única coisa que realmente ajuda na hora da adversidade é manter a paz e o bom ânimo. Nossa força não vem de fora, não vem das circunstâncias. Nossa força vem de dentro! Veja o que Deus disse por boca do profeta Isaías:

“Porque assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranqüilidade e na confiança, a vossa força, mas não o quisestes.” (Isaías 30.15)

Aleluia! Na tranqüilidade e na confiança está a nossa força. Ouvi, certa ocasião, o irmão Dave Roberson afirmar que a paz de Deus em nosso íntimo é uma das maiores armas que temos contra o diabo e as circunstâncias. E acredito nisto! Nossa força vem de um coração tranqüilo, que não se abate diante dos problemas.

PROBLEMAS INTERNOS

Quando nos enchemos de temor, preocupação e receio, não só não resolvemos os problemas como acabamos criando mais um! Os temores nos ferem por dentro no mínimo o mesmo que os problemas nos ferem por fora. O apóstolo Paulo falou sobre isto num momento de grande luta pela qual passou:

“Porque, mesmo quando chegamos à Macedônia, a nossa carne não teve repouso algum; antes, em tudo fomos atribulados: por fora combates, temores por dentro”. (2 Coríntios 7.5)

Ele afirmou que tanto lutava com os combates de fora como com os temores de dentro. O medo e a preocupação são aliados dos inimigos externos. Não só não os vencerão, como ainda minarão nossa força e nos conduzirão à derrota.
No Velho Testamento, Deus chamou esta parceria (do medo que fere por dentro da mesma forma que o problema fere por fora) de uma maldição a vir sobre os que se rebelam contra Ele:

“Por fora, devastará a espada, e, por dentro, o pavor… ” (Deuteronômio 32.25)

O diabo tem tirado proveito de muitos crentes que, além de sofrerem com as circunstâncias, ainda assumem uma série de outros sentimentos como medo, preocupação, ansiedade, angústia, etc. Acabam sendo devastados por dentro como as circunstâncias fazem com eles por fora. O profeta Jeremias fez o mesmo desabafo:

“Olha, Senhor, quanto estou angustiada; turbada está a minha alma, o meu coração está transtornado no meio de mim, porque gravemente me rebelei; fora, me desfilhou a espada, dentro de mim está a morte.” (Lamentações 1.20)

Ele usa as seguintes expressões: alma turbada, angustia, coração transtornado. Você reconhece estes sentimentos? No fim ele admite que o que entrou em seu íntimo foi mais do que aqueles sentimentos; foi a morte!

O Velho Testamento tem várias passagens onde vemos que os medrosos eram dispensados da guerra. Pois alguém com medo em seu coração às vezes se torna mais perigoso que o inimigo do lado de fora. O medo tem o poder de roubar a nossa força e capacidade de vencer. É por isso que precisamos tanto da paz interior…
Mas como podemos desfruta-la?

O profeta Isaías falou sobre a confiança se manifestando por meio de uma mente firme no Senhor. Outras versões usam o termo “propósito firme”, o que também reflete uma atitude interior.

ATITUDE INTERIOR

Deus prometeu conservar em paz somente aquele que tomasse uma atitude em seu íntimo. A paz de Deus não está ligada às nossas ações, mas a uma atitude interior. Observe o que Cristo ensinou:

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (João 14.27)

Dar-nos a paz é algo que Jesus faz, mas não se atemorizar e nem deixar o coração turbar é responsabilidade nossa! A paz interior é só para quem luta por ela (para alcança-la e preserva-la). Podemos dizer que é como uma sociedade: Deus só dá a paz se eu me posiciono.

Penso que o que melhor ilustra esta parceria é o seguinte exemplo: O fogo (a paz) só queima se houver lenha (minha atitude). Se não dermos o passo determinante no que diz respeito a decidir não provar nada diferente desta paz, ela por sua vez também não se manifestará. O apóstolo Paulo também ensinou sobre este princípio:

“Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.” (Filipenses 4.6,7)

A responsabilidade de não estar inquieto (outras versões bíblicas usam o termo ansioso em lugar de inquieto) é nossa. É uma ordem de Deus para nós. E quando decidimos não nos entregar à ansiedade e aos receios Deus fará a parte dele: “e a paz de Deus… guardará os vossos corações”.

Precisamos entender que tudo começa com uma atitude interior nossa, e só depois é que Deus cumprirá a parte dele. Para não andar ansioso, não basta apenas você decidir isto, é preciso uma intervenção de Deus. Mas esta intervenção, por sua vez, só acontece depois de fazermos nossa parte e esperar nele.

Isto é o que Deus, por boca do profeta Isaías chamou de manter a mente firme no Senhor. Quando dizemos aos problemas que não aceitamos nos preocupar com eles, estamos fixando nossa mente no fato de que Deus está conosco e que Ele vai interferir na situação. Então, veremos Deus fazer a parte dele e conservar em paz aquele cuja mente está firme nele.

Em Efésios 3.16 lemos que Deus nos fortalece com poder no homem interior. É lá que tudo começa. Antes de se manifestar nas circunstâncias, nossa vitória vai se formar do lado de dentro através do descanso e da certeza do agir de Deus. Esta atitude interior é o primeiro estágio da fé e nos levará ao milagre e à vitória.

VENCENDO O MEDO

Por 365 vezes encontramos na Bíblia a expressão “não temas“. Alguém disse que temos uma delas para cada dia do ano e que se procurarmos com calma talvez achemos uma para o ano bissexto!

Por que para Deus é tão importante que não tenhamos medo? Porque fé começa com uma atitude interior. Somente depois de agir dentro de nós, nos levando a um lugar onde o problema não mais nos afeta é que fará com que o poder de Deus opere nas circunstâncias à nossa volta. Quando os três amigos de Daniel venceram a fornalha do rei Nabucodonosor na Babilônia, o fizeram pela fé. Mas observe como foi que esta fé operou:

“os quais, PELA FÉ, venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, APAGARAM A FORÇA DO FOGO, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fugida os exércitos dos estranhos.” (Hebreus 11.33,34)

O texto não diz que eles apagaram ao fogo, e sim a força do fogo. A diferença é muito clara. A fé nunca começa resolvendo a circunstância, mas anulando seu poder sobre nosso íntimo. Quando o fogo não tem mais poder sobre nós é porque o milagre já começou. A fé não é uma varinha de condão que ao ser batida sobre o problema o faz desaparecer instantaneamente. Ela primeiro nos transporta a um lugar onde as circunstâncias não mais nos afetam. O Senhor falou disto pela boca do profeta Isaías:

“Mas, agora, assim diz o Senhor que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome; tu és meu. Quando passares pelas águas, estarei contigo, e, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” (Isaías 43.1,2)

Todos teremos problemas e enfrentaremos desafios. Naqueles dias a travessia de rios (quando não existiam pontes e os recursos eram tão limitados) significava a possibilidade de morte por afogamento. E o perigo do fogo para nós ainda é o mesmo. Deus não fala sobre a possibilidade de termos problemas, ele toca no assunto como sendo uma certeza, um fato. Ele diz: “quando” você passar; e não “se” você passar.

Mas Ele nos ensina como nos comportar na hora que os problemas e desafios aparecerem. Basta não temer. Quando vencemos o medo e permanecemos numa condição interior de paz, a presença e o poder de Deus se manifestarão.
Note que Deus fez uma promessa de não sermos destruídos pelos problemas. O fogo não nos consumiria e as águas não nos afogariam. O problema pode ainda estar presente, mas precisamos aprender a não nos deixar ser afetados por ele.

E ao tomarmos esta decisão de não turbar nosso coração, veremos que a paz de Deus vai se manifestar em nós.
Quando lemos acerca de Paulo e Silas na prisão louvando a Deus mesmo depois de terem sido açoitados, temos um exemplo prático de alguém que aprendeu a viver acima das circunstâncias.

Quando lemos acerca de Jesus dormindo naquele barco na hora da tempestade enquanto seus discípulos estavam apavorados, temos um contraste claro do que é manter a paz interior e do que não.

Sempre que a fé opera, vai nos levar a um descanso interior, que é a certeza do agir de Deus a ponto de não mais nos preocuparmos com adversidade.

” Nós, porém, que cremos, entramos no descanso…” (Hebreus 4.3)

Que o Senhor o ajude a se exercitar em fé a ponto de ser conservado em paz!
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Autor: Luciano P. Subirá. É o responsável pelo Orvalho.Com – um ministério de ensino bíblico ao Corpo de Cristo. Também é pastor da Comunidade Alcance em Curitiba/PR. Casado com Kelly, é pai de dois filhos: Israel e Lissa.

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