O TABERNÁCULO DE MOISÉS – A PORTA | Luciano Subirá

17/10/2022

A Lei não tem a imagem exata das coisas mas sim a sombra do bem vindouro.

“À porta do átrio, haverá um reposteiro de vinte côvados, de estofo azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino retorcido, obra de bordador; as suas colunas serão quatro, e as suas bases, quatro.” Êxodo 27.16

Há um destaque especial para a porta, ela era coberta por púrpura, carmesim e linho fino retorcido. A cortina possui uma simbologia preciosa, só havia uma entrada para o tabernáculo e essa era a porta. Da mesma maneira, só através de Jesus é possível chegar a Deus.

Em João 14.6 Jesus declara que é “O caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” Ele é o acesso, e é prefigurado pela porta do tabernáculo. Jesus é o único mediador entre Deus e os homens.

“Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura. Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel. Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.”

O não deixar de congregar é uma associação a casa de Deus, é apresentado através da perspectiva da visão do tabernáculo. Na nova aliança, é possível entrar com ousadia, através do Sangue de Jesus há como habitar no Santo dos Santos.

Em João 10.9 Jesus declara: “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem.” 

O NÚMERO QUATRO

Existe uma simbologia com o destaque bíblico do número quatro na passagem de Êxodo, esse numeral aparece na porta, na quantidade de colunas, nos diferentes materiais dos véus e em suas cores.

O quatro fala de universalidade, da proclamação do evangelho, algo oferecido a todos:

Quatro cantos da terra:

 “e sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a peleja. O número dessas é como a areia do mar.” Apocalipse 20.8

Quatro ventos: 

“Depois disto, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma.” Apocalipse 7.1

Quatro seres viventes:

“Há diante do trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal, e também, no meio do trono e à volta do trono, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás. O primeiro ser vivente é semelhante a leão, o segundo, semelhante a novilho, o terceiro tem o rosto como de homem, e o quarto ser vivente é semelhante à águia quando está voando.  E os quatro seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, seis asas, estão cheios de olhos, ao redor e por dentro; não têm descanso, nem de dia nem de noite, proclamando:

Santo, Santo, Santo 

é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso,

 aquele que era, que é e que há de vir.” Apocalipse 4. 6-8

Quatro cavaleiros: 

“Vi, então, e eis um cavalo branco e o seu cavaleiro com um arco; e foi-lhe dada uma coroa; e ele saiu vencendo e para vencer. Quando abriu o segundo selo, ouvi o segundo ser vivente dizendo: Vem! E saiu outro cavalo, vermelho; e ao seu cavaleiro, foi-lhe dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros; também lhe foi dada uma grande espada. Quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente dizendo: Vem! Então, vi, e eis um cavalo preto e o seu cavaleiro com uma balança na mão. E ouvi uma como que voz no meio dos quatro seres viventes dizendo: Uma medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho. Quando o Cordeiro abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto ser vivente dizendo: Vem! E olhei, e eis um cavalo amarelo e o seu cavaleiro, sendo este chamado Morte; e o Inferno o estava seguindo, e foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar à espada, pela fome, com a mortandade e por meio das feras da terra.” Apocalipse 6.2-8

CORES

Há um destaque especial para as cores e o que elas representam, na passagem de Êxodo 27.16 quatro cores diferentes são mencionadas nos materiais que comporiam o reposteiro

AZUL: fala simbolicamente das coisas celestes

PÚRPURA (escarlate): fala de realeza. Ex: “O peso das argolas de ouro que pediu foram mil e setecentos siclos de ouro (afora os ornamentos em forma de meia-lua, as arrecadas e as vestes de púrpura que traziam os reis dos midianitas, e afora os ornamentos que os camelos traziam ao pescoço).” Juízes 8.26

CARMESIM: figura do sangue vertido, fala de humanidade e sofrimento.

BRANCO (linho): fala de justiça, pureza. Ex: “Pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos.” Apocalipse 19.8

EVANGELHOS

O pastor Luciano Subirá destaca o enfoque dos quatro evangelhos e a relação que tem com os seres viventes destacados em Apocalipse relacionando com as cores da porta do tabernáculo.

O livro de Mateus é conhecido como o evangelho do Rei, fala sobre a realeza de Jesus. Ao comparar com os seres viventes, a figura do Leão é destacada, está associada a cor púrpura, fala sobre realeza.

Marcos, destaca a imagem de Jesus como Servo, aquele que veio para servir a humanidade. A associação com o ser vivente é de Novilho, o boi é aquele que ara a terra, que serve. Ligado a cor carmesim, evidencia a renúncia de Cristo.

Lucas têm o foco na Humanidade de Jesus, a expressão “filho do homem” é repetida diversas vezes no decorrer do livro. Um dos seres viventes tinha rosto de homem. Cristo foi aquele que se fez homem para que se cumprisse a justiça de Deus, vestes brancas.

João aponta Jesus em sua Divindade, é possível relacionar com a águia, fala sobre aquilo que é celeste, trazendo ênfase a cor azul.

A FIGURA

“Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem.”Hebreus 10.1

Deus de maneira figurada anuncia o que viria fazer, o povo da época não compreendia em sua totalidade o significado do tabernáculo porque enxergavam apenas a sombra daquilo que o Senhor iria fazer, hoje a ligação do tabernáculo com Jesus é factível e de fácil acesso, porém ao apresentar Jesus é necessário expor a visão completa:

O perfeito equilíbrio entre divindade e humanidade; realeza e humildade.

A PORTA

Além desta simbologia, existem outros detalhes que apontam para Cristo. Essa porta estava voltada para o lado do oriente, o qual é destacado na bíblia em várias passagens desde Gênesis com o homem sendo expulso do Jardim do Éden até de onde viria o Salvador.

“A glória do Senhor entrou no templo pela porta que olha para o oriente. O Espírito me levantou e me levou ao átrio interior; e eis que a glória do Senhor enchia o templo.” Ezequiel 43.4-5

No início do livro de Ezequiel, o profeta tem uma visão da glória do Senhor se removendo do templo, os pecados do povo foram longe demais e Deus decide tirar sua glória. Na passagem do capítulo 43 Deus fala sobre um retorno para o povo, e destaca a porta voltada ao oriente que é o lado voltado ao nascer do Sol.

“Pois eis que vem o dia e arde como fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidade serão como o restolho; o dia que vem os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo. Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas; saireis e saltareis como bezerros soltos da estrebaria.” Malaquias 4.1-2

Uma das figuras relacionadas a Cristo é o Sol da Justiça, essa associação indica e aponta a vinda de Jesus. Com isso, é perceptível que a Porta do Tabernáculo está sempre conectada a Jesus, não há como acessar o Santo dos Santos sem a obra de Cristo.

A porta era bem espaçosa, quase metade da largura do santuário. O que apenas enfatiza o desejo do Criador relatado em 1 Timóteo 2.3-4:

“Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.”

“Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum. Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” 1 Pedro 1.10-11

A entrada é abundante, Deus oferece salvação a todos. Jesus em Mateus 7.13-14 fala sobre a porta estreita, mas isso não mostra uma contradição, o desejo do Senhor é o mesmo: que todos sejam salvos, mostrando o coração amoroso do Pai. A porta estreita fala da dificuldade do ser humano em assumir um compromisso de alto nível. O caminho do homem em direção a Deus tem de ser reconhecer a cerca, passar pela porta e habitar no átrio. Há uma progressão na aproximação do homem em relação a presença de Deus, tudo começa com a obra de Salvação que Jesus nos oferece.

Aprenda sobre a relação do Tabernáculo com a Igreja no curso: O Tabernáculo de Moisés – Luciano Subirá. 

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