ONDE ESTÃO OS MOÇOS DESTA GERAÇÃO? – Farley Labatut

02/10/2018

Tenho orado para que Deus os levante, para que Deus os traga aos nossos cultos de jovens em Curitiba, para que eu os encontre em minhas viagens para pregar pelo Brasil.
Toda vez em que chego a um novo lugar para ministrar aos jovens, costumo ficar olhando para eles, seu comportamento, a forma como conversam, sobre o que falam. Às vezes são grandes lugares, com muitos jovens, outras vezes lugares pequenos. Sento-me e fico olhando para eles, para seus rostos e tentando imaginar quais deles farão diferença na próxima geração. Quais deles serão Valentes defensores da Verdade do Evangelho. Fico pensando se entre eles existe algum Spurgeon, John Wesley, George Whitefield, Jonathan Edwards, Billy Graham, Timóteo ou Tito. Oro a Deus para que eu tenha a oportunidade de lançar uma semente de paixão e zelo no coração deles, assim como fizeram comigo.

Às vezes, encontro jovens que claramente têm algo especial de Deus. Eles são sedentos, interessados, quebrantados. Eu os animo, desafio, oro com eles, profetizo e várias vezes tive a oportunidade de lhes deixar algo.

Dias atrás encontrei um jovem assim. Ele deveria ter uns 17 anos. Sentou-se ao meu lado e começou a falar de seu
amor pela Palavra, de seu sonho de um dia ser um pregador do Evangelho. A igreja onde ele congrega é uma das maiores igrejas em Curitiba, uma referência, grandes pregadores ministram lá, gente de todo o mundo. Mas ele me contou que, de forma ousada, havia pedido ao pastor de jovens a oportunidade de pregar em um sábado. Aquele ainda não era o momento dele, mas tenho certeza de que sua coragem e ousadia ainda o levará aos púlpitos.

Existia tanta paixão naquele menino, que ele fez meu coração incendiar só de ouvi-lo. Chamei o pastor de jovens da igreja e disse a ele: “Dê atenção àquele menino. Ele é especial, é apaixonado, sedento, intenso. Tenho certeza de que ainda veremos ele pregando.” Aquele jovem pastor me ouviu e depois me disse: “Farley, ele realmente é especial e já tem se destacado na igreja. Acabou de passar do ministério de adolescentes para o de jovens. Ele vem de uma família muito complicada. Várias vezes chegou na igreja cheio de hematomas, porque seu pai o havia espancado durante a semana. Sua mãe frequenta a igreja, mas é totalmente instável, com vários problemas emocionais. Mas apesar das circunstâncias, ele está sempre aqui. Existe um trabalho evangelístico em sua universidade, uma célula. O grupo tem 15 pessoas, 13 são da turma dele. Ele os levou. Há alguns dias, ele tocou pela primeira vez em um culto de jovens e estava triste porque havia conseguido levar “somente” 10 pessoas de sua turma para a reunião.”

Quando ouvi essas coisas, peguei um de meus livros, fiz uma dedicatória e pedi que lhe entregassem:

“Não desista de seus sonhos! Ainda verei você pregando!”

Cada vez mais, temos visto uma igreja evangélica brasileira que se afasta gradativamente da Verdade bíblica. Nossas igrejas abandonaram o estudo sistemático das Escrituras. Escolas da Bíblia, muitas vezes, não têm sido nossa prioridade e acabamos não encontrando espaço para elas em meio às nossas diversas atividades nas igrejas. Temos escolas de liderança nas igrejas, mas abrimos mão da escola bíblica. A verdadeira mensagem, capaz de nos confrontar e transformar, foi substituída por outra, mais acessível, mais tolerável para o pecador que não quer mudar de vida.

Em nome de não perder pessoas, nossos profetas são substituídos por palestrantes motivacionais. A sã Doutrina é fragmentada e selecionamos apenas as partes dela que nos agradam, que não nos exigem mudanças e abdicações.

Vemos boa parte da liderança correndo atrás de novidades, de estratégias espetaculares, de fórmulas de sucesso,deixando de lado princípios elementares, como confrontar o pecado, e buscar em primeiro lugar o Reino de Deus.

Pensando racionalmente, a próxima geração estará completamente à margem das Escrituras. Eles não receberão alimento sólido em casa nem na igreja. Eles estarão cheios de dogmas, preceitos de homens e, principalmente, de iniquidade. Terão crescido em igrejas que têm influência política, mas nenhum poder espiritual. Igrejas mais interessadas em agradar seus ouvintes que a Deus. Tudo em relação às Escrituras será relativo.

Mas eu tenho uma visão profética para nossos dias. Ela queima em meu coração e me levou a escrever este livro. Eu
creio em um grande despertamento bíblico entre os jovens. Em meio a este caos doutrinário que vivemos, no qual
as opiniões pessoais e doutrinas humanas são colocadas acima das Escrituras, eu vejo o despertar de um remanescente. Contrariando todas as estatísticas e probabilidades, eu consigo ver jovens apaixonados por Deus e sedentos pela Verdade. Eles vão orar, vão ler, vão estudar, meditar, buscar dia e noite a Palavra de Deus e o Deus da Palavra.

Deus implantará em seus corações um profundo zelo pela Verdade. Eles estarão cheios de Deus e da Palavra. Talvez
eles não percebam com clareza quando esse zelo começará, mas as falsas doutrinas, as meias-verdades, o ensino distorcido será percebido por eles como uma afronta a Deus. Isso vai pesar em seu coração a ponto de eles não suportarem e terem de proclamar a Verdade.

Eu não creio que esses moços de Deus surgirão de uma só vez. Começaremos a perceber a presença nas células, nos grupos nas casas, seja nas igrejas distantes da periferia ou nas grandes igrejas. De repente perceberemos que eles estão sentados ao nosso lado no culto.

Serão adolescentes que farão perguntas sobre a Bíblia, que nos surpreenderão. Vamos perceber jovens que, de repente, começarão a virar a noite estudando as Escrituras. Eles começarão a perguntar, a questionar e denunciar o erro.

Muitas vezes eles surgirão em meio aos improváveis. Virão de lares destruídos ou terão péssimos exemplos de cristianismo em casa, serão novos convertidos. Mas, de repente, serão tomados por um zelo sobrenatural pela Verdade e serão muito jovens.

Quando Deus começou a falar sobre essas coisas comigo, tive uma visão em meu espírito. Eu me vi, chegando para o
meu pastor, Luciano Subirá, e dizendo:

“Luciano, ouça este garoto pregando, ele tem apenas 20 anos, mas tem uma profunda revelação das Escrituras.” “Luciano, você precisa ouvir este jovem, ele tem só 21 anos, mas ele é muito profundo, ele tem revelação, existe algo novo de Deus nele.”

Eu creio nisso! Minha oração é para que você que está lendo isto, seja essa coluna e baluarte da Verdade. Que você seja um Valente defensor da Verdade em sua casa, sua igreja, sua cidade, sua geração. Minha oração é que, enquanto está lendo esta mensagem, ela se torne viva e pessoal, ativa, que ela agarre você!

O objetivo de todo pregador, escritor cristão ou mestre não deve ser o de simplesmente ajudar o povo a conhecer a
Verdade. O objetivo dos verdadeiros mensageiros do Evangelho é levar seus ouvintes a terem um encontro profundo e pessoal com a Verdade.

Que neste tempo você possa meditar, lembrar das coisas que o Senhor falou com você e colocar tudo isso diante
de Deus. Que você possa, então, abrir sua boca e declarar que está disponível. Peça a Deus que o encha de amor por Ele e por Sua Palavra. Peça a Deus que torne a Bíblia viva e ativa em Seu coração. Que por meio dela o Espírito Santo possa falar com você de forma pessoal e direta. Então, pergunte a Deus o que Ele quer de você. Qual é o seu chamado. Como você pode ser Valente defensor da Verdade diante da mentira.

Texto extraído do livro “Valentes Pela Verdade”

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