A BÍBLIA ORDENA QUE JEJUEMOS?

22/05/2024

Na caminhada da vida cristã, práticas espirituais como a oração, leitura da Bíblia e comunhão são incentivadas, mas infelizmente, com o passar do tempo, o jejum parece ter sido negligenciado quando o assunto é fé. No entanto, ao examinarmos as Escrituras, descobrimos que o jejum é uma disciplina espiritual valiosa que tem profundas raízes bíblicas.

O JEJUM NO ANTIGO TESTAMENTO

O jejum, conforme descrito no Antigo Testamento, era uma prática comum em momentos de arrependimento, luto e busca intensa por Deus. Por exemplo, o profeta Joel exorta em Joel 1:14:

“Santificai um jejum, convocai uma assembleia solene, ajuntai os anciãos e todos os moradores da terra na casa do SENHOR, vosso Deus, e clamai ao SENHOR.”

Esta passagem mostra que o jejum deve ser tratado de forma séria, uma disciplina espiritual para buscar a orientação de Deus.

Os muitos exemplos de jejuns praticados na antiga aliança são esclarecedores acerca da disciplina, porém não caracterizam um mandamento.

Os israelitas, nos dias do profeta Isaías, começaram a questionar o porquê de Deus não se importar com os jejuns que eles faziam. A resposta divina sentencia que estavam fazendo a coisa certa, porém, do jeito errado (Isaías 58:1-14) — o Senhor, portanto, não falou contra o jejum, e sim orientou seu povo a fazê-lo da forma correta. Isso revela que Deus esperava que seu povo jejuasse e que o fizesse adequadamente. Ainda assim, não comunica uma ideia de obrigatoriedade.

O JEJUM NO NOVO TESTAMENTO

No Novo Testamento, a prática do jejum é igualmente evidenciada. Em Mateus 6:16-18, Jesus não apenas assume que seus seguidores jejuarão, mas também oferece instruções sobre como fazê-lo de maneira apropriada:

”Quando vocês jejuarem, não fiquem com uma aparência triste, como os hipócritas; porque desfiguram o rosto a fim de parecer aos outros que estão jejuando. Em verdade lhes digo que eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando jejuar, unja a cabeça e lave o rosto, a fim de não parecer aos outros que você está jejuando, e sim ao seu Pai, em secreto. E o seu Pai, que vê em secreto, lhe dará a recompensa.“

A prática do jejum nos primeiros dias da igreja também é destacada em Atos dos Apóstolos. Em Atos 13, enquanto os líderes da igreja de Antioquia adoravam e jejuavam, o Espírito Santo chamou Barnabé e Saulo para uma obra missionária específica, destacando o jejum como um meio pelo qual a igreja primitiva buscava direção divina e consagração para tarefas importantes.

”Enquanto eles estavam adorando o Senhor e jejuando, o Espírito Santo disse: — Separem-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e impondo as mãos sobre eles, os despediram.“
‭‭Atos‬ ‭13‬:‭2‬-‭3‬

Apesar de não haver uma ordenança explícita no Novo Testamento que mande todos os cristãos jejuarem em determinados tempos ou de maneira específica, a expectativa de que os seguidores de Cristo jejuarão é clara. Jejuar é, portanto, visto menos como uma obrigação legalista e mais como uma resposta natural à intimidade com Deus e ao desejo de dedicar-se plenamente à Ele.

O JEJUM NOS DIAS DE HOJE

Enquanto a Bíblia pode não ordenar o jejum de maneira prescritiva como faz com outros mandamentos, o jejum é claramente esperado como uma prática dentro da vida cristã. Serve como uma expressão de humildade, dependência de Deus e compromisso com a vida espiritual mais profunda. Portanto, embora não seja mandatório, é certamente um chamado à ação espiritual que beneficia profundamente aqueles que se entregam a ele com corações sinceros e motivos puros.

Sabemos que o próprio Jesus praticou o jejum (Lucas 4:2), e o livro de Atos mostra que os líderes da igreja também o faziam (Atos 13:2,3). Registros históricos dos pais da igreja também revelam que o jejum continuou sendo observado como prática dos crentes muito tempo depois dos apóstolos. O jejum, portanto, não cessou. Ainda hoje e até que o Noivo venha, ele deve ser parte de nossa vida, além de praticado de forma adequada, de acordo com o ensino bíblico.

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