A BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO

04/04/2024

No coração das escrituras, encontramos temas complexos e profundamente ligados à experiência humana com Deus. Entre eles, a blasfêmia contra o Espírito Santo emerge como um dos conceitos mais provocantes e incompreendidos. Este ato, descrito como o único pecado imperdoável, gera temor e questionamentos entre os cristãos. Mas, o que realmente significa blasfemar contra o Espírito Santo?

Para entender, devemos primeiro reconhecer a natureza e o papel do Espírito Santo dentro da trindade. O Espírito é o sopro de Deus, atuando no mundo, guiando, ensinando e consolando os seguidores de Cristo. Blasfemar contra o Espírito, portanto, vai além de meras palavras imprudentes; trata-se de uma rejeição contínua e consciente à Sua presença e obra.

A Palavra declara que esse pecado não tem perdão:

‘Portanto, eu vos digo: todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro.’

Mateus 12:31-32

Neste versículo, Jesus nos alerta sobre a gravidade deste ato. Veja, a chave para a compreensão não reside na impossibilidade do perdão divino, mas na recusa do indivíduo em aceitar este perdão. Ao rejeitar o Espírito Santo, a pessoa se fecha para a única fonte que pode purificá-la de seus pecados.

“Quem falar uma palavra contra o Filho do Homem será perdoado, mas quem falar contra o Espírito Santo não será perdoado, nem neste século nem no vindouro.” Mateus 12:32

Esta distinção enfatiza a singularidade da blasfêmia contra o Espírito Santo. Não é um pecado comum, marcado por um ato isolado, mas uma condição do coração, uma resistência persistente contra a verdade e a luz reveladas pelo Espírito.

CONTEXTO BÍBLICO

Nos versículos anteriores a essa afirmação temos um cenário no qual um endemoniado é levado até Jesus, e os fariseus afirmam que o Cristo apenas o conseguiu expulsar por ser de Belzebu.

‘Trouxeram-lhe, então, um endemoninhado cego e mudo; e, de tal modo o curou, que o cego e mudo falava e via. E toda a multidão se admirava e dizia: Não é este o Filho de Davi? Mas os fariseus, ouvindo isso, diziam: Este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios. Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá. E, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, pois, o seu reino? E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam, então, os vossos filhos? Portanto, eles mesmos serão os vossos juízes. Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, é conseguintemente chegado a vós o Reino de Deus. Ou como pode alguém entrar em casa do homem valente e furtar os seus bens, se primeiro não manietar o valente, saqueando, então, a sua casa? Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha.’

Mateus 12:22-30

Esse homem que vem a Jesus além de endemoniado era cego e mudo, quando o demônio é expulso o homem passa tanto a falar quanto a ver. Com isso as pessoas começam a dizer: “será que esse não é justamente o filho de Davi?” Uma expressão que apontava para o fato de que Jesus era o Messias prometido. 

Isso irritou aos fariseus que diziam: “Não! ele expulsa demônios por Belzebu”, que era o nome atribuído ao maioral dos demônios. Jesus confronta a lógica deles dizendo que um Reino dividido não subsiste, Satanás não vai expulsar Satanás. Jesus diz: ‘se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus é pelo poder do Espírito de Deus e vocês estão atribuindo a obra do Espírito Santo a demônios’

É nesse ponto que Jesus entra apresentando a blasfêmia dos fariseus contra o Espírito Santo, atribuindo a Sua obra a demônios.

A blasfêmia contra o Espírito Santo, é a negação deliberada, um orgulho que nos separa da graça de Deus:

‘Imaginem quanto mais severo deve ser o castigo daquele que pisou o Filho de Deus, profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado e insultou o Espírito da graça! ‘

Hebreus 10:29

Essa negação deliberada é feita por alguém que já conheceu, e mesmo assim profanou o sangue da aliança. Ou seja, sem antes conhecer, o tempo da ignorância, não é levado em consideração. Apenas uma ação consciente pode ser considerada como blasfêmia. 

COMO EVITAR A QUEDA?

Mas, qual é o caminho para evitar tal queda? A resposta reside em um coração humilde, reconhecendo nossas falhas e buscando constantemente a presença do Espírito. É na submissão à Sua orientação que encontramos a verdadeira liberdade e a segurança de não cairmos neste pecado.

A preocupação com a blasfêmia contra o Espírito Santo muitas vezes reflete um coração que deseja estar em comunhão com Deus. Se você se preocupa em ter cometido este pecado, o simples fato de essa preocupação existir é um sinal de que provavelmente você não o cometeu. O coração endurecido pela blasfêmia não se preocupa com sua condição espiritual.

Portanto, encorajo todos a olharem para dentro de si mesmos, examinando suas relações com o Espírito Santo. É em nossa abertura para Sua obra transformadora que garantimos nosso lugar livres da sombra da blasfêmia. Que possamos todos viver de maneira que honre a presença do Espírito em nossas vidas, buscando sempre o caminho da redenção e da graça.

Que Deus nos ajude com entendimento e maturidade a administrar e equilibrar essas verdades, a nos manter longe do perigo guardando o nosso coração sensível a sua voz, hoje e sempre pra Glória de Deus.

Estudo baseado no vídeo: “A BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO” da série “FUNDAMENTOS DOUTRINÁRIOS”, completa em nossa novaescola.orvalho.com. 

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