ORGULHO DA OBEDIÊNCIA – Luciano Subirá

22/09/2021

Por que praticamos obediência aparente e parcial?

Por que não enxergamos o que fazemos de errado?

Creio que muitas vezes conservamos tanto orgulho de nossa obediência em certas áreas, que nos permitimos ficar cegos em várias outras questões. Observe o que ocorreu com apóstolo Pedro:

“No dia seguinte, indo eles de caminho e estando já perto da cidade, subiu Pedro ao eirado, por volta da hora sexta, a fim de orar. Estando com fome, quis comer; mas, enquanto lhe preparavam a comida, sobreveio-lhe um êxtase; então, viu o céu aberto e descendo um objeto como se fosse um grande lençol, o qual era baixado à terra pelas quatro pontas, contendo toda sorte de quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu. E ouviu-se uma voz que se dirigia a ele: Levanta-te, Pedro! Mata e come. Mas Pedro replicou: De modo nenhum, Senhor! Porque jamais comi coisa alguma comum e imunda. Segunda vez, a voz lhe falou: Ao que Deus purificou não consideres comum. Sucedeu isto por três vezes, e, logo, aquele objeto foi recolhido ao céu.” Atos 10:9-16

Deus deu uma visão ao apóstolo e mandou que ele matasse e comesse alguns animais. Pedro reconheceu que era o próprio Deus falando mas ousadamente respondeu “de modo nenhum, Senhor”. A razão pela qual não obedeceu à ordem divina foi justamente seu histórico de obediência ao mandamento da lei que proibia o contato com aqueles animais. Até aí não é difícil entender Pedro. Não sabemos se Pedro chegou a imaginar que estivesse sendo testado, entretanto Deus disse claramente para não considerar imundo o que o senhor havia purificado. Mesmo depois desse esclarecimento do próprio Deus, Pedro ainda negou-se a obedecer por mais duas vezes.

O orgulho da obediência – ou de uma suposta obediência que achamos ter, mas não temos – pode levar-nos a agir cegamente e tropeçar em outros princípios. Veja esta ilustração bíblica:

“Jesus também contou esta parábola para alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros: — Dois homens foram ao templo para orar: um era fariseu e o outro era publicano. O fariseu ficou em pé e orava de si para si mesmo, desta forma: “Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo o que ganho.” O publicano, estando em pé, longe, nem mesmo ousava levantar os olhos para o céu, mas batia no peito, dizendo: “Ó Deus, tem pena de mim, que sou pecador!” Digo a vocês que este desceu justificado para a sua casa, e não aquele. Porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.” Lucas 18.9-14

A religiosidade é terrível! Eu ouso defini-la como orgulho da obediência. Mais que no cegar, tal orgulho também desencadeia outros tropeços. Aquele fariseu errava ao confiar em si mesmo, errava ao desprezar os outros – mas não enxergava nada disso.Triste!

Creio que Deus almeja restaurar nosso entendimento e nossa prática de obediência total a Ele; porém, isso deve acontecer sem que nos tornemos propensos ao orgulho. É por isso que precisamos entender que obedecer ao Senhor não significa fazer favor algum a Ele. Na realidade, estamos apenas cumprindo nossa obrigação e respeitando os termos do compromisso que assumimos como discípulos – e escravos – dEle.

Quero concluir com uma sentença forte mas que considero libertadora: obedecer é fazer apenas o que deve ser feito. Não somos melhores por obedecer.

— Qual de vocês, tendo um servo ocupado na lavoura ou em guardar o gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: “Venha agora mesmo e sente-se à mesa”? Não é verdade que, ao contrário, lhe dirá: “Prepare o meu jantar. Apronte-se e sirva-me enquanto eu como e bebo. Depois, você pode comer e beber”? Será que ele terá de agradecer ao servo por ter feito o que lhe havia ordenado? Assim também vocês, depois de terem feito tudo o que lhes foi ordenado, digam: “Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer.” Lucas 17:7-10

Francis Schaeffer afirmou que “o amor de criatura para com o Criador requer necessariamente obediência caso contrário não tem qualquer sentido”. Que o Senhor nos ajude a entender a profundidade desse príncipe! Além disso que sejamos convencidos e movidos a viver em obediência total, pois essa é uma característica daqueles que amam a Deus:

Porque nisto consiste o amor a Deus: obedecer aos seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados. 1 João 5:3

Fomos chamados amar ao Senhor de todo coração e esse amor se expressa pela obediência. Logo conclui-se que também devemos obedecer de todo o coração! Amor total significa obediência total. Simples assim.

Autor: Luciano P. Subirá. É o responsável pelo Orvalho.Com – um ministério de ensino bíblico ao Corpo de Cristo. Também é pastor da Comunidade Alcance em Curitiba/PR. Casado com Kelly, é pai de dois filhos: Israel e Lissa.

 

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